O Mal na Raíz (2026)
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Num texto inspirado pela peça de Sófocles, Antígona recusa-se a deixar o bairro da sua infância, apesar da ordem de despejo e dos esforços musculados do município. Ao longo do espectáculo, assistimos à sua resistência, e do coro de residentes que ensaia no salão de uma colectividade, mesmo no coração do bairro. Ao mesmo tempo, vemos como estes fantasmas assombram o responsável político pela decisão de vender o bairro a um fundo, para que nele seja construído um hotel. Inspirado nas lutas por habitação digna, e em projectos como o processo SAAL, o espectáculo é uma parábola sobre os males que herdamos quando os interesses económicos se sobrepõem à política. Como diz Hemon a Creonte, “a árvore que dobra com a corrente do rio, sobrevive; a que é inflexível, acaba por quebrar”. Talvez o mal esteja na raíz.
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Texto e Encenação Guilherme Gomes
Interpretação Siobhan Fernandes, Sónia Barbosa, Nuno Nunes, Um coro amador local
Música Original Leonardo Outeiro
Desenho de luz e direção técnica Cristóvão Cunha
Cenografia, Adereços e figurinos Ana Seia de Matos
Edição e Tradução Creta
Design, Comunicação e Registos Audiovisuais Luís Belo
Produção Executiva Cristóvão Cunha
Assistência de produção Bárbara Marques
Operação Som Tomás Gamboa
Produção Ritual de Domingo
Co-Produção Teatro Municipal São Luiz, Teatro Viriato, Creta
Contabilidade José Ferreira, Contraponto -
O espectáculo é uma coprodução da Ritual de Domingo com o projecto CRETA, o Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, e o Teatro Viriato, em Viseu. Neste momento à espera do resultado de uma candidatura ao apoio a projectos da DGArtes, ainda procura coprodutores.
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Mood Board
A cena passa-se numa construção de tecido, que no final se desmorona. O tecido é leve e translúcido, a construção é labiríntica. Permite que quando andamos lá dentro, possamos ser espectros. Vamos querer tirar proveito disso para efeitos de cena.
As personagens são pessoas do século XXI, vestem-se como tal. O coro é um grupo diverso de pessoas de classe média-baixa, Antígona é uma jovem activista, a mensageira é uma técnica camarária do sector de obras públicas, e Creonte o seu vereador.
O espectáculo pode acontecer num palco à italiana, ou num espaço não convencional, com o público formando uma assembleia diante da construção de tecido.